De acordo com o hospital, a medicação foi aplicada e utilizada também enquanto o empresário estava na UTI.
Nesta terça-feira
(31), o hospital Natan Portela emitiu uma nota sobre a morte do empresário do
ramo dos laticínios na cidade de Parnaíba, Oderman Bittencourt, que faleceu na
noite dessa segunda-feira (30), por coronavírus.
Na nota, o hospital
esclarece que a informação de que o empresário teria falecido pedindo o uso de
cloroquina não é verdadeira. Segundo o hospital, o paciente foi atendido pela
segunda vez no último dia 24 de março com falta de ar, mas sem sinais de
gravidade no quadro de saúde.
“Na tarde de
terça-feira (24/03/2020) foi atendido novamente no hospital, com queixa de
falta de ar (dispnéia), porém sem sinais de gravidade ou instabilidade clínica
(pressão, pulsos e oximetria normais) sendo então internado com todas as
medidas clínicas cabíveis aos pacientes sintomáticos respiratórios com investigação
de SRAG”, disse a nota.
Segundo o hospital
Natan Portela, na mesma noite o empresário apresentou quadro de ansiedade e
exigindo o uso da medicação cloroquina, devido às notícias que saíram na
impresa sobre o medicamento.
O hospital informa
que a medicação foi aplicada e que foi utilizada também enquanto o empresário
estava em tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Confira
a nota completa:
O
Instituto de Doenças Tropicais Natan Portel esclarece que o paciente Oderman
Bittencourt foi atendido pela primeira vez na unidade de saúde no sábado
(20/03/2020), mas o mesmo não tinha indicação clínica e nem tinha interesse em
permanecer no ambiente hospitalar.
Na
tarde de terça-feira (24/03/2020) foi atendido novamente no hospital, com
queixa de falta de ar (dispnéia), porém sem sinais de gravidade ou
instabilidade clínica (pressão, pulsos e oximetria normais) sendo então
internado com todas as medidas clínicas cabíveis aos pacientes sintomáticos
respiratórios com investigação de SRAG. Durante a noite o paciente apresentou
quadro de ansiedade importante e pico hipertensivo (referindo vontade de
utilizar o medicamente cloroquina devido a notas sobre o mesmo na imprensa)
sendo avaliado pela médica plantonista e devidamente medicado com melhora clínica.
Dia
25/03/2020 o paciente foi reavaliado pela médica assistente que detectou piora
do padrão respiratório e solicitou avaliação do médico intensivista que
prontamente admitiu o paciente na UTI do Hospital com todos os cuidados
intensivos necessários, incluindo o uso do esquema com cloroquina.
O
uso da medicação para casos de COVID-19 veio a ser regulamentado pelo
Ministério da Saúde através da nota informativa nº5 apenas em 27/03/2020 aonde
é explícito que a indicação deverá ser realizada para pacientes GRAVES
hospitalizados com dados de avaliação muito específicos, compatíveis com as
características do paciente APENAS quando foi admitido em UTI.
É
imprescindível esclarecer à população que o trabalho amplamente difundido sobre
o uso da cloroquina apresenta sérias limitações metodológicas e, segundo a
própria ANVISA o uso indevido da cloroquina pode trazer sérias complicações à
população como, por exemplo: distúrbios do sangue e do sistema linfático,
distúrbios do sistema imune, distúrbios de metabolismo e nutrição, distúrbios
psiquiátricos, distúrbios do sistema nervoso, distúrbios oculares, e até mesmo
distúrbios cardíacos que podem resultar em insuficiência cardíaca e em alguns
casos podem ser fatais.
Com informações: VIAGORA
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