terça-feira, 31 de março de 2020

Hospital diz que empresário morto com Covid-19 recebeu cloroquina

De acordo com o hospital, a medicação foi aplicada e utilizada também enquanto o empresário estava na UTI.
Nesta terça-feira (31), o hospital Natan Portela emitiu uma nota sobre a morte do empresário do ramo dos laticínios na cidade de Parnaíba, Oderman Bittencourt, que faleceu na noite dessa segunda-feira (30), por coronavírus.

Na nota, o hospital esclarece que a informação de que o empresário teria falecido pedindo o uso de cloroquina não é verdadeira. Segundo o hospital, o paciente foi atendido pela segunda vez no último dia 24 de março com falta de ar, mas sem sinais de gravidade no quadro de saúde.

“Na tarde de terça-feira (24/03/2020) foi atendido novamente no hospital, com queixa de falta de ar (dispnéia), porém sem sinais de gravidade ou instabilidade clínica (pressão, pulsos e oximetria normais) sendo então internado com todas as medidas clínicas cabíveis aos pacientes sintomáticos respiratórios com investigação de SRAG”, disse a nota.

Segundo o hospital Natan Portela, na mesma noite o empresário apresentou quadro de ansiedade e exigindo o uso da medicação cloroquina, devido às notícias que saíram na impresa sobre o medicamento.

O hospital informa que a medicação foi aplicada e que foi utilizada também enquanto o empresário estava em tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Confira a nota completa:

O Instituto de Doenças Tropicais Natan Portel esclarece que o paciente Oderman Bittencourt foi atendido pela primeira vez na unidade de saúde no sábado (20/03/2020), mas o mesmo não tinha indicação clínica e nem tinha interesse em permanecer no ambiente hospitalar.

Na tarde de terça-feira (24/03/2020) foi atendido novamente no hospital, com queixa de falta de ar (dispnéia), porém sem sinais de gravidade ou instabilidade clínica (pressão, pulsos e oximetria normais) sendo então internado com todas as medidas clínicas cabíveis aos pacientes sintomáticos respiratórios com investigação de SRAG. Durante a noite o paciente apresentou quadro de ansiedade importante e pico hipertensivo (referindo vontade de utilizar o medicamente cloroquina devido a notas sobre o mesmo na imprensa) sendo avaliado pela médica plantonista e devidamente medicado com melhora clínica.

Dia 25/03/2020 o paciente foi reavaliado pela médica assistente que detectou piora do padrão respiratório e solicitou avaliação do médico intensivista que prontamente admitiu o paciente na UTI do Hospital com todos os cuidados intensivos necessários, incluindo o uso do esquema com cloroquina.

O uso da medicação para casos de COVID-19 veio a ser regulamentado pelo Ministério da Saúde através da nota informativa nº5 apenas em 27/03/2020 aonde é explícito que a indicação deverá ser realizada para pacientes GRAVES hospitalizados com dados de avaliação muito específicos, compatíveis com as características do paciente APENAS quando foi admitido em UTI.

É imprescindível esclarecer à população que o trabalho amplamente difundido sobre o uso da cloroquina apresenta sérias limitações metodológicas e, segundo a própria ANVISA o uso indevido da cloroquina pode trazer sérias complicações à população como, por exemplo: distúrbios do sangue e do sistema linfático, distúrbios do sistema imune, distúrbios de metabolismo e nutrição, distúrbios psiquiátricos, distúrbios do sistema nervoso, distúrbios oculares, e até mesmo distúrbios cardíacos que podem resultar em insuficiência cardíaca e em alguns casos podem ser fatais. 

Com informações: VIAGORA

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