Um bebê morreu no último
sábado (10), após o médico plantonista do Hospital Dirceu Arcoverde, em
Parnaíba, supostamente se recusar a realizar o parto cesárea. A mãe da criança,
Maria Clara de Lourdes Leal, de 18 anos, estava internada desde sexta-feira
(09) e não apresentava dilatação suficiente para realização de um parto normal,
de acordo com as informações repassadas pela família, que decidiu processar o
hospital por negligência médica.
Segundo os familiares, as
40 semanas de gestação já tinham sido completadas e os exames feitos
anteriormente mostravam que a jovem não teria condições de ter um parto normal.
Maria Clara estava fazendo acompanhamento com um obstetra, porém ele teve que
viajar. Devido às fortes dores, a família procurou a urgência do hospital.
Segundo o marido, Jailson
Carvalho, eles foram à urgência na quarta-feira (07), mas só conseguiram a
internação no dia seguinte, após três tentativas. “Na primeira vez, um médico
fez os exames, disse que ela não estava pronta para o parto e nos mandou ir
para casa. Na quinta-feira não tinha vaga, mas o parto ficou marcada para a
sexta”, conta.
Jailson fala que na troca
de plantões, o parto ficou para o próximo plantonista, que era o mesmo médico
que fez o primeiro atendimento na quarta-feira. “Ele se recusou a fazer a
cesárea. Alegava que o plantão era dele, e ele quem mandava. Disse só faria se
fosse o parto normal, mas ela não tinha dilatação para isso”, conta.
Em 24h de plantão, segundo
Jailson, o médico só visitou o leito de Maria Clara uma vez. Quem assumiu o
caso foi a médica do plantão seguinte, logo nas primeiras horas da manhã de
sábado (10). Ayla Beatriz, filha de Maria Clara, nasceu por volta das 11h da
manhã, mas não resistiu e morreu uma hora depois.
“Se tivesse demorado
alguns minutos a mais, minha mulher também teria morrido. Não vamos deixar para
lá. Ele poderia ter salvado minha filha, mas escolheu deixá-la morrer. Isso é
traumatizante”, disse.
Procurada, a assessoria da
Secretaria Estadual de Saúde informou que aguarda a direção do hospital avaliar
o prontuário da paciente para emitir uma nota.
Fonte: O Dia
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