16 setembro 2025

Justiça Eleitoral cassa vereadores em Cajueiro da Praia após fraude na cota de mulheres

A política de Cajueiro da Praia foi sacudida por uma decisão da Justiça Eleitoral que cassou três vereadores e seus suplentes do partido Solidariedade. A medida foi tomada pelo juiz Carlos Alberto Bezerra Chagas, da 91ª Zona Eleitoral de Luís Correia, após investigação de fraude na cota de gênero — regra que exige que cada partido tenha, no mínimo, 30% de candidaturas femininas.

Quem perdeu o mandato

Foram cassados os vereadores Francisco Denes Monteiro de Brito (Denis Pescados), Francisco José Silva Veras (Laguinho) e Wagner Zanata Souza Lopes. Além deles, outros integrantes do partido também foram declarados inelegíveis por oito anos.

Com a anulação dos votos do Solidariedade nas eleições de 2024, o juiz determinou a recontagem dos votos e a redistribuição das cadeiras da Câmara Municipal, o que pode mudar a composição do Legislativo local.

Como ocorreu a fraude

Segundo a investigação, a chapa do Solidariedade apresentou três mulheres e sete homens, cumprindo formalmente a cota exigida. Mas uma das candidatas, Marla Priscilla de Carvalho, recebeu apenas três votos, o que levantou suspeitas de que sua candidatura teria sido apenas “de fachada”.

Durante o processo, a Justiça constatou que Marla não fez campanha visível: não havia postagens em redes sociais, materiais de divulgação ou movimentação financeira que comprovassem sua participação. Além disso, os registros de receitas e despesas eram praticamente iguais aos de outros candidatos do partido, reforçando a suspeita de candidatura fictícia.

Defesa rejeitada

A defesa alegou que Marla chegou a participar da disputa, mas reduziu sua campanha devido a uma gravidez. O juiz, no entanto, entendeu que os indícios eram suficientes para comprovar a fraude, descartando a versão apresentada.

Impacto político

Além da cassação, foram declarados inelegíveis por oito anos os seguintes nomes ligados ao partido: Marla Priscilla de Carvalho, Maria de Fátima da Silva Ferreira, Jairon Costa Carvalho, Demétrio Oliveira da Silva, José Carlos dos Santos Lima, Wagner Zanata Souza Lopes, Francisco das Chagas Santos da Silva, Silvia Bastos de Ataide Silva, Francisco Denes Monteiro de Brito e Francisco José Silva Veras.

A decisão ainda cabe recurso, mas já altera o cenário político do município, colocando em dúvida os rumos da atual legislatura.

Por: Rurik Araújo - Portal do Rurik

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