Segundo dados
divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Sindicado dos Policiais Civis de
Carreira do Estado do Piauí (Sinpolpi), foram registrados 289 assassinatos em
todo o Piauí durante o primeiro semestre de 2019, sendo 157 homicídios em
Teresina e 132 no interior. No ano passado, no mesmo período, foram
contabilizados 198 homicídios na Capital e 107 no interior.
O levantamento
aponta ainda que, dos assassinatos registrados, a maioria são resultantes de
execuções, acerto de contas e latrocínios. Nas ocorrências, tanto na capital
quanto no interior, a arma de fogo é o instrumento mais utilizado,
representando 64% do total de instrumentos usados para o crime.
Apesar do alto
número de crimes letais, o Sinpolpi pontua que houve uma redução de 5% nos
casos em comparação ao mesmo período de 2018, quando 305 homicídios foram
contabilizados.
Segundo o Sinpolpi,
os números são baseados em pesquisas do sindicato, tendo como fonte publicações
jornalísticas, em jornais e sites, além de dados apurados no Instituto de
Medicina Legal (IML) da capital. Em nota enviada à imprensa, o presidente do
Sinpolpi, Constantino Júnior, afirmou que, apesar da redução, o Piauí não está
em situação de comemorar.
“As pessoas não se
sentem seguras, há sempre o medo do assalto, do latrocínio, etc. Além disso, os
policiais civis não são valorizados no quesito salarial, o número do efetivo está
abaixo do necessário, determinado por lei, temos apenas 42% de policiais civis
na ativa, para o trabalho de polícia judiciária, na prestação de serviços
a população do nosso Estado, temos um concurso público em andamento
realizado em 2018, e até esta data, ainda não foi homologado pelo Governo do
Estado, ou seja, há muito trabalho a ser feito, os governantes precisam dedicar
atenção urgente para esse setor”, destaca.
Sobre o aumento de
casos no interior, Constantino Júnior afirma que o fato estaria sendo causado
pelo sucateamento da Polícia Civil nessas regiões. “Há anos o Sinpolpi defende
a bandeira de luta sobre a interiorização da Polícia Civil no Piauí. Vemos o
quanto é necessário que as delegacias sejam bem aparelhadas e que mais
policiais civis sejam encaminhados para essas localidades. Estamos enfrentando
um governo que não quer sentar com a categoria para ouvir as necessidades e
partir em busca de melhorias, com isso, nós vemos os resultados em
estatísticas, a cada dia que passa mais pessoas perdem sua liberdade, seus bens
e suas vidas”, ressalta.
Feminicídio
Entre as vítimas de
crimes letais registradas no primeiro semestre de 2019 estão 24 mulheres.
Destas, 18 foram vítimas de feminicídio, situação em que a mulher é morta por
questões de gênero, apenas por ser mulher. Em comparação ao mesmo período do
ano passado, foi verificado uma queda de 10% nos casos de feminicídio, uma vez
que, no primeiro semestre de 2018, 20 mulheres foram assassinadas nessas
circunstâncias.
Contraponto
Em contato com o O
DIA, a Secretaria de Segurança Pública informou que não irá comentar os dados
divulgados pelo Sinpolpi e afirmou que os dados oficiais sobre crimes letais no
estado já foram disponibilizados pelo órgão e estão disponíveis no site da SSP.
Segundo os dados divulgados pela SSP, 127 crimes letais intencionais foram
registrados no período na Capital e 175
no interior, totalizando 302 mortes durante o primeiro semestre de 2019.
Em relação ao
número de assassinatos de mulheres, as estatísticas criminais da SSP mostram
que 25 mulheres foram mortas nos primeiros seis meses do ano, destas, 15 foram
vítimas de feminicídio.
Fonte: Portal O Dia
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