sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

POLÍCIA FEDERAL FAZ BUSCAS NA CASA DO SENADOR CIRO NOGUEIRA

Operação foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. PF investiga supostos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (22) uma operação decorrente de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) tendo como principal investigado o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que também é presidente da legenda.

A operação, batizada de Compensação, foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do STF. A PF investiga supostos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. O G1 falou com a assessoria do senador às 7h32 e aguarda uma resposta.

Cerca de 30 policiais federais cumpriram na manhã desta sexta 7 mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Brasília (DF) e São Paulo (SP), além de intimações para fins de depoimentos dos envolvidos. A PF fez buscas em residências e sedes de duas empresas ligadas ao senador.

Investigação

O inquérito foi aberto no STF em setembro do ano passado, por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato. O objetivo do inquérito é investigar o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, o ex-ministro e atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT); e os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud.

Fachin atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que quer apurar o envolvimento dos quatro em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Conforme a PGR, o objetivo é investigar suposto pagamento de propina ao senador para que o partido apoiasse o PT em 2014, e em 2017, para que o PP não apoiasse o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).


Em 2014, segundo Joesley e Saud, o PP recebeu valores para integrar a coligação do PT nas eleições. O dinheiro teria sido repassado por meio de doações eleitorais oficiais ao PP, além de R$ 2,5 milhões em dinheiro, por meio de um supermercado do Piauí. O valor total repassado teria sido R$ 43 milhões. Quem aprovava os pedidos era o ministro Edinho Silva, segundo as delações.

Os citados

Na ocasião da abertura do inquérito, o atual prefeito de Araraquara e ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, afirmou que agiu dentro da legalidade e de forma ética. Ele afirmou, ainda, que o PP já fazia parte do governo Dilma, estando à frente de ministério, e que, portanto, tinha interesse lógico na reeleição da presidente.

O senador Ciro Nogueira reafirmou que as acusações contra ele são infundadas e absurdas, motivo pelos quais não se sustentam. Ele disse também que confia plenamente na Justiça para esclarecer os fatos e trazer à tona a verdade.

O empresário Joesley Batista afirmou, por meio de seu advogado, que a abertura de inquérito se deu com base em documentos apresentados pelos colaboradores em agosto de 2017, reforçando a eficácia da colaboração e a vigência do acordo. A defesa reiterou, com base em decisão judicial recente, que até decisão final do STF, o acordo de colaboração premiada está vigente.

O empresário Ricardo Saud não quis se manifestar na ocasião.

Com informações Portal Fala Piauí.

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