Os resgates foram
feitos nos municípios de Campo Maior, Buriti dos Lopes, Castelo do Piauí,
Batalha, Anísio de Abreu, Flores do Piauí.
Trinta e nove
trabalhadores piauienses foram resgatados em situação análoga a de escravidão
nas atividades de colheita da palha de carnaúba e também em pedreiras. O
resgate foi feito pelo Grupo Móvel, que reúne representantes do Ministério
Público do Trabalho, auditores fiscais do Trabalho, Polícia Federal, Defensoria
Pública da União, Ministério Público Federal e ainda Polícia Rodoviária
Federal.
Os resgates foram
feitos nos municípios de Campo Maior, Buriti dos Lopes, Castelo do Piauí,
Batalha, Anísio de Abreu, Flores do Piauí. Durante as inspeções, a equipe
encontrou os trabalhadores em condições degradantes de trabalho. Eles dormiam
no local sem proteção contra intempéries, em baixo de lonas ou arvores, sem
instalações sanitárias, sem água potável e sem local adequado para estocagem e
preparação de alimentos. Além disso, os trabalhadores não tinham carteira de
trabalho assinadas.
Em dois dos alvos
fiscalizados, o Grupo Móvel constatou o uso de pólvora para detonar as
pedreiras. “A pólvora era adquirida pelos trabalhadores e guardada em uma caixa
ou sacola no barraco onde dormiam. A pólvora era comprada em supermercado
(pólvora preta). Compravam de unidade, uns 4 ou 5 cartuchos. Detonavam a
pólvora utilizando uma bateria. Se posicionavam há uma distância de uns 20
metros na hora da detonação”, consta em relatório.
A situação expõe a
gravidade e o risco aos quais os trabalhadores eram submetidos, podendo
ocasionar, inclusive, mortes.
Os empregadores foram
identificados e houve diálogo para que os mesmos pudessem arcar com os
pagamentos das verbas rescisórias devidas aos trabalhadores. Somente um deles
não efetuou o pagamento. “Nesse caso, o MPT ingressará com as ações judiciais
cabíveis”, esclarece a procuradora.
Com os 39 resgatados,
já são 52 os trabalhadores detectados em situação análoga a de escravidão no
Piauí, somente em 2022. Em julho, foram resgatados três trabalhadores em
Cristino Castro, dentro da Operação Resgate II. No mesmo mês, outros dez
trabalhadores já haviam sido resgatados em Palmeira do Piauí e Currais, atuando
na catação de raízes.
Com informações: Meio Norte