A política de
Cajueiro da Praia foi sacudida por uma decisão da Justiça Eleitoral que cassou
três vereadores e seus suplentes do partido Solidariedade. A medida foi tomada
pelo juiz Carlos Alberto Bezerra Chagas, da 91ª Zona Eleitoral de Luís Correia,
após investigação de fraude na cota de gênero — regra que exige que cada
partido tenha, no mínimo, 30% de candidaturas femininas.
Quem perdeu o mandato
Foram cassados os
vereadores Francisco Denes Monteiro de Brito (Denis Pescados), Francisco José
Silva Veras (Laguinho) e Wagner Zanata Souza Lopes. Além deles, outros
integrantes do partido também foram declarados inelegíveis por oito anos.
Com a anulação dos
votos do Solidariedade nas eleições de 2024, o juiz determinou a recontagem dos
votos e a redistribuição das cadeiras da Câmara Municipal, o que pode mudar a
composição do Legislativo local.
Como ocorreu a fraude
Segundo a
investigação, a chapa do Solidariedade apresentou três mulheres e sete homens,
cumprindo formalmente a cota exigida. Mas uma das candidatas, Marla Priscilla
de Carvalho, recebeu apenas três votos, o que levantou suspeitas de que sua
candidatura teria sido apenas “de fachada”.
Durante o processo, a
Justiça constatou que Marla não fez campanha visível: não havia postagens em
redes sociais, materiais de divulgação ou movimentação financeira que
comprovassem sua participação. Além disso, os registros de receitas e despesas
eram praticamente iguais aos de outros candidatos do partido, reforçando a
suspeita de candidatura fictícia.
Defesa rejeitada
A defesa alegou que
Marla chegou a participar da disputa, mas reduziu sua campanha devido a uma
gravidez. O juiz, no entanto, entendeu que os indícios eram suficientes para
comprovar a fraude, descartando a versão apresentada.
Impacto político
Além da cassação,
foram declarados inelegíveis por oito anos os seguintes nomes ligados ao
partido: Marla Priscilla de Carvalho, Maria de Fátima da Silva Ferreira, Jairon
Costa Carvalho, Demétrio Oliveira da Silva, José Carlos dos Santos Lima, Wagner
Zanata Souza Lopes, Francisco das Chagas Santos da Silva, Silvia Bastos de
Ataide Silva, Francisco Denes Monteiro de Brito e Francisco José Silva Veras.
A decisão ainda cabe
recurso, mas já altera o cenário político do município, colocando em dúvida os
rumos da atual legislatura.
Por: Rurik Araújo - Portal
do Rurik