16 dezembro 2025

Governo do Piauí aciona STF para tentar suspender investigações federais sobre corrupção na saúde

O Governo do Piauí ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para suspender investigações federais que apuram suspeitas de corrupção na área da saúde pública do Estado. As apurações envolvem, entre outras, as operações OMNI e DIFUSÃO, conduzidas pela Polícia Federal (PF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF).

Na ação cível originária de nº 3.738, o Estado solicita que o STF determine a paralisação das investigações, sob o argumento de que os recursos sob apuração seriam de origem estadual ou provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), repassados no modelo “fundo a fundo”. Segundo o governo, após esse repasse, os valores perderiam o caráter federal, o que afastaria a competência dos órgãos federais para investigar.

As investigações miram contratos milionários firmados na área da saúde, com prejuízo estimado em cerca de R$ 66 milhões aos cofres públicos. Entre os alvos da Operação OMNI está o empresário Bruno Santos, apontado como amigo pessoal do governador Rafael Fonteles. Ele chegou a ser preso durante a operação, mas foi solto posteriormente por decisão judicial. As apurações, no entanto, seguem em andamento.

A iniciativa do governo tem sido alvo de críticas no meio jurídico. Especialistas ressaltam que não existe “direito de não ser investigado” e alertam que discussões sobre competência não podem ser utilizadas como instrumento de blindagem para afastar investigações de suspeitas de corrupção, especialmente em um setor sensível como o da saúde pública.

Juristas também demonstram preocupação com o precedente que a ação pode abrir, ao tentar utilizar o argumento da autonomia federativa para limitar a atuação da Polícia Federal e de outros órgãos de controle na apuração de possíveis desvios de recursos públicos.

Da Redação: Portal do Rurik

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