Projeto
extingue Bolsa Mais Renda e reduz valores de bolsas estudantis, gerando
críticas e protestos da oposição.
Em sessão
extraordinária realizada na noite da última sexta-feira (11), a Câmara
Municipal de Bom Princípio do Piauí aprovou, por maioria, o Projeto de Lei nº
25/2025, de autoria do prefeito Francisco Apolinário. A medida extingue o
Programa Bolsa Mais Renda, voltado ao apoio financeiro de famílias de baixa
renda, e reduz os valores das bolsas de estágio oferecidas a estudantes do
ensino médio, técnico e superior.
Presidente da Câmara,
vereadora Noélia PereiraO projeto, aprovado
com os votos dos vereadores da base aliada do prefeito, foi alvo de duras
críticas da oposição. O programa extinto, criado no início do ano, previa
auxílios que variavam entre R$ 700 e R$ 2.000, vinculados a ações de
capacitação e atividades comunitárias.
Além de extinguir o
Bolsa Mais Renda, o novo texto reduz os valores das bolsas de estágio para R$
1.000 (ensino médio) e R$ 1.400 (nível superior), contrariando a política
anterior de valorização estudantil.
Vereadores
oposicionistas — Jaílson Galeno, Raílson Souza, Júnior Souza e Noélia Pereira
(presidente da Câmara) — tentaram aprovar emendas para manter o programa e
corrigir suas falhas, denunciando ainda o suposto uso político da iniciativa
para beneficiar aliados do gestor. Segundo os parlamentares, até funcionários
particulares do prefeito estariam sendo pagos com recursos públicos, inclusive
do Fundeb.
Durante os debates, o
vereador Jaílson Galeno acusou o prefeito de aparelhar a máquina pública com
apadrinhados e disse que a extinção do programa representa um ataque direto às
famílias mais vulneráveis do município. Já a vereadora Noélia Pereira alertou
para o uso eleitoreiro dos programas e afirmou que, se bem gerido, o Bolsa Mais
Renda poderia gerar “inclusão, dignidade e trabalho”.
Mesmo com protestos
da população presente, a base do prefeito rejeitou todas as emendas e aprovou o
projeto sem debate aprofundado.
Com a decisão, Bom
Princípio do Piauí perde um importante instrumento de transferência de renda e
inclusão social, em meio a um cenário de aumento da desigualdade. A votação,
segundo a oposição, revela uma prioridade política voltada mais à manutenção de
poder do que ao bem-estar da população.
Por Rurik Araújo
(Portal do Rurik)
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