O professor João
Passos, com auxílio dos moradores da região de Frecheiras, município de Cocal,
encontraram vestígios de fósseis de uma civilização primitiva.
Segundo o
historiador, estes objetos representam um grande achado historiográfico, onde
denota a presença de povos primitivos, que residiram na região dos Cocais. Os objetos foram encontrados com restos de
cerâmica, cacos de barro, provavelmente, de peças utilizadas por povos
primitivos, na confecção de seus utensílios domésticos.
O achado, só foi
possível, após o desmatamento de uma área de mata nativa e a escavação do solo
para construção de um balneário com uma grande piscina natural. Os
proprietários do balneário Frecheirinha, Djane, Kleber e Andreia, ao
descobrirem os objetos estranhos, procuraram o professor, João Passos, para mostrar
o achado. Os objetos só foram encontrados a alguns metros de profundidade por
um dos ajudantes na construção, de nome Nazaro.
Além dos cacos de
argila, também foram surpreendidos pela presença de um pequeno artefato: um
cachimbo de Barro ornamentado, cuidadosamente, em suas bordas. Este objeto,
provavelmente, foi utilizado pelos indígenas Alongazes, primitivos habitantes
do Vale do Longá, da mesma etnia dos Tremembés, que viviam as margens dos rios
e riachos da bacia do Parnaíba. O artefato foi analisado pelo historiador, João
Passos, que averiguou se tratar de um fóssil de grande importância para a
história do Piaui.
“O pajé se aproxima,
detém-se à sua frente por alguns segundos e começa a rodeá-la, tragando
profundamente o cachimbo e lançando-lhe grossas e sucessivas baforadas sobre a
cabeça. Dedica-se um bom tempo a esse ritual preparatório para o corpo receber
as energias. Cachimbo na boca, tragando as ervas e liberando fumaça, cinge toda
a fronte da velha índia numa nuvem suave que, no entanto, demora a
dissipar-se”.
O ritual com cachimbo
era uma prática medicinal dos povos indígenas, onde preparava a cura espiritual do enfermo,
sempre iniciando pela cabeça com baforadas e dança.
O fumo tem sua origem
na América Central, nas proximidades da cidade de Tobaco, região de Yucatán, em
1520, e que os colonizadores espanhóis viram pela primeira vez, a planta sendo
usada pelos índios. Os nativos chamavam esses charutos ou cachimbos de tabaco
(Balbach,1999).
A primeira descrição da planta de fumo foi feita por Romano Pene, parceiro de Cristóvão Colombo em sua viagem ao Novo Mundo. Em 1559, mudas da planta foram levadas para Espanha por um médico espanhol e posteriormente para Portugal. No ano de 1560, Jean Nicot, plantou no quintal de sua embaixada e usava as folhas em forma de rapé para dores de cabeça. Deve-se a ele a denominação de nicotina. Anos após, o fumo chegou à Itália e em 1585 na Inglaterra e na metade do século XVII, o hábito de fumar se alastrou na Europa e no mundo.
A descoberta dos
artefatos corrobora com a presença de tribos indígenas na região das
Frecheiras, lugar abundante de córregos d’água e uma fauna exuberante. Fato
este, que atraiu inúmeros colonizadores, oriundos de famílias portuguesas, onde
se apossaram das terras.
Descartamos que o
cachimbo possa ter sido, também, confeccionado por escravos das fazendas que
ali, passaram a existir. Há relatos que os escravos introduziram o ato de fumar
em seus rituais espirituais. O certo é que o achado do Cachimbo de Barro da
Frecheiras, torna se um novo mistério, somado à história da igrejinha de Nossa
Senhora do Rosário.
Por João Passos
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