A Corregedoria da
Polícia Militar abriu sindicância para apurar supostas irregularidades
cometidas por sete policiais que participaram de um vídeo do aplicativo Tik
Tok. No vídeo, publicado originalmente no mês de abril, elas aparecem fardadas
e depois com roupas normais.
A Polícia quer saber
se houve 'uso indevido de uniformes' e 'falta de autorização para utilização
dos fardamentos'.
Em nota divulgada por
sua diretoria de comunicação, a PM argumenta que, além de ser um dos principais
símbolos da profissão militar, a uniforme deve ser utilizado de acordo com a
legislação prevista nos regulamentos internos das organizações militares.
A Polícia Militar do
Piauí também argumenta que as apurações de fatos dessa natureza ocorreram em
outros estados, visando o respeito aos regulamentos disciplinares das
corporações.
A tese de uso
indevido dos uniformes é rebatida pelo advogado Otoniel Bisneto, que representa
as sete policiais que participaram do vídeo. Ele afirma que elas não cometeram
irregularidades e estão sendo vítimas de machismo dentro da instituição.
"A Polícia
Militar não consegue explicar qual foi a transgressão disciplinar ou o crime
militar que foi cometido. Na realidade, a gente vê que é muito mais uma atitude
de preconceito, uma atitude machista dentro da instituição. É um vídeo que não
tem elemento nenhum agressivo,mostra apenas as policiais no uso da farda e no
seu dia a dia, como elas se trajam. Elas não estão sensualizando, não estão em
trajes menores. Em nenhum momento foi ferido a honra, a moral, a disciplina, ou
até mesmo a própria legislação militar", afirma.
O advogado também
quer que a sindicância aberta pela Polícia Militar seja arquivada. "Não ha
nenhuma fundamentação. Parece que o comando da Polícia ainda vive à luz de vela
medieval, ainda não foi banhado pela pós-modernidade", avalia.
A sargento Hiudenis
Silva, uma das militares que participa do vídeo, explica que a intenção do
grupo era apenas mostrar o dia a dia das mulheres que fazem parte da Polícia
Militar. "Uma amiga de Parnaíba viu, achou interessante a ideia e nos
convidou. A ideia era mostrar o lado policial e o lado feminino. Em nenhum
momento houve desrespeito, pelo contrário, estávamos exaltando o lado policial.
Fomos surpreendias pela repercussão", disse ao cidadeverde.com
Ainda em nota, a
Polícia Militar rebateu a tese de machismo e disse que procedimentos
semelhantes já foram abertos contra policiais do sexo masculino. "
Diferentemente do que vem sendo divulgado, não existe qualquer espécie de
preconceito ou " machismo" dentro da Instituição, pois casos
similares estão sendo objeto de apuração com o efetivo masculino, sempre dentro
da legalidade e imparcialidade", diz a nota.
Confira a íntegra da
nota da PM
A PMPI diante dos
acontecimentos relativos à exposição de Policiais Militares nas mídias sociais
fardados, presta as seguintes informações:
1. A utilização do
uniforme é regida por legislação específica sendo um dos principais símbolos
que representam a profissão militar. Ele reflete o valor e a tradição
castrense;
2. A utilização de
uniformes representa a legítima
autoridade investida pelos poderes constituídos, sendo sua utilização prevista
nos regulamentos internos das organizações militares;
3. A apuração de
fatos dessa natureza ocorrem em outras co-irmãs visando o respeito aos
regulamentos disciplinares das corporações;
4. A Corregedoria
Geral da PMPI instaurou no ano de 2020, três ( 03 ) procedimentos
administrativos, sendo 01 ( um ) Inquérito Policial Militar - IPM, e 02 ( duas)
Sindicâncias por uso indevido de uniformes e por falta de autorização para
utilização dos fardamentos. Em que a ampla defesa e contraditório sempre
norteiam todos os procedimentos;
5. Diferentemente do
que vem sendo divulgado, não existe qualquer espécie de preconceito ou "
machismo" dentro da Instituição, pois casos similares estão sendo objeto
de apuração com o efetivo masculino, sempre dentro da legalidade e
imparcialidade;
6. Vale salientar que
a Sindicância é um procedimento apuratório sumário, que busca subsídios para
apurar a existência ou não de irregularidades, vislumbrando critérios objetivos
de como se deram os fatos: local, situação e demais dados pertinentes que
sirvam de base para a devida tomada de decisão pelo gestor.
Teresina, 03 de
setembro de 2020.
ELZA Rodrigues
Ferreira - Ten Cel PM Diretora de Comunicação Social.
Fonte: Cidade Verde
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